Bem vindos a Infâmia.

Surgido da necessidade pessoal ou de uma compulsão não explicada, esse é um espaço reservado a todos que queiram dividir seus textos com o público (ou não). Apenas um local de expressão pseudo literária.

domingo, 6 de maio de 2018

MAR DE FLORES

Entre tantos anseios
Caminhos do meio
Andava entre portas abertas
Por breves devaneios
Em ruas úmidas da madrugada
Com o cheiro bom do vinho

Nesse caminhar dolente
Um olhar distante
Um sorriso atraente
Uma alma calcinante
Sonho inquietante de quem
Sempre será errante

Na escuridão de seu rosto
Me perco em devaneios
Pois entre palavras e sonhos
Se escondia um soneto

Das flores de abril me restam um olhar
Blues na vitrola, dois uísques no bar
Esse vaso febril que encanta a maré
Com ternura áspera reconhece quem é

Numa dança de roda me faz juvenil
Ganhando aos poucos esse lindo ardil
mil rosas atendem ao chamado então,
em chamas, enfrente, abre mais um botão

O respirar reticente que atravessa o olhar
Por prazer, plenitude me fecho então
Tua alma resplandecente, indica o lugar

Seu toque navega em um som violão
Beijo cálido se perde em correnteza ao luar
Sem medo ou angústias no caminhar do sertão

terça-feira, 1 de maio de 2018

ON THE ROAD


Eu ando no vazio da multidão,
Procurando a mim mesmo entre latas,
Entulhos, garrafas, caixas de papelão
Doces aromas vindos da sala
entre idas e vindas da escuridão

Lágrimas em devaneio por brisas distantes ,
Entre semáforos fechados ao redor de ti
Se perdem em madrugadas de pensamentos errantes
Como andarilhos descalços buscando o que vi
Tudo em mim ecoa em respiros ofegantes
Por inveja dos passos que desnudam um por vir  

Vejo silêncios incomodarem em doçura agonizante
Mãos tremulas que buscam mais um café
Certezas fibrilam no badalar do relógio tocante
Um sol que surge sem calor e sem fé,

E por tudo me falta, parte da alma que sobra
por uma lembrança de criança malfadada sorri
o toque de esperança de uma tristeza que cobra,
no limiar da existência percebendo, envelheci

Abandono a juventude com um sorriso no rosto,
Ouvindo o som de um violão num bailar facundo
Acelero nas curvas no final da tarde por gosto
Apenas para sentir a imortalidade daquele segundo