Não chore criança, pois o vento me contou,
das lágrimas e a ternura de um respirar
tudo o que sem piedade ele lhe roubou,
Machucado infantil que te faz soluçar
Não chore moça, pois o inverno se alongou
provocando um vazio no olhar
Um mundo que se levanta por quem você beijou
sem se importar com seu caminhar ou desejar
Não chore menina, eu sei que o calor acabou
Ferida que sangra e arde em segredos abertos
Tempestades em mares que a brisa cortou
te acordando em lugares incertos
Não chore garota, pois suas lágrimas são brilhos
de um amor mais puro, que nesse tempos estranhos
causa ódio daqueles que se perdem seguindo trilhos
deixando um vácuo interno nesses seres tacanhos
Não chore mulher, pois em tuas veias
existe o grito sufocado de todas as Pandoras,
Marias, Fátimas, Lilitis e Eneidas
que ousam, sonham, amam a todas as horas
É nesse caminhar dentro da escuridão
Com um coração pulsante e com pesar
Sabemos que teu sorriso amargo
nos faz sangrar contigo.
Bem vindos a Infâmia.
Surgido da necessidade pessoal ou de uma compulsão não explicada, esse é um espaço reservado a todos que queiram dividir seus textos com o público (ou não). Apenas um local de expressão pseudo literária.
sexta-feira, 29 de junho de 2018
domingo, 6 de maio de 2018
MAR DE FLORES
Entre tantos anseios
Caminhos do meio
Andava entre portas abertas
Por breves devaneios
Em ruas úmidas da madrugada
Com o cheiro bom do vinho
Nesse caminhar dolente
Um olhar distante
Um sorriso atraente
Uma alma calcinante
Sonho inquietante de quem
Sempre será errante
Na escuridão de seu rosto
Me perco em devaneios
Pois entre palavras e sonhos
Se escondia um soneto
Das flores de abril me restam um olhar
Blues na vitrola, dois uísques no bar
Esse vaso febril que encanta a maré
Com ternura áspera reconhece quem é
Numa dança de roda me faz juvenil
Ganhando aos poucos esse lindo ardil
mil rosas atendem ao chamado então,
em chamas, enfrente, abre mais um botão
O respirar reticente que atravessa o olhar
Por prazer, plenitude me fecho então
Tua alma resplandecente, indica o lugar
Seu toque navega em um som violão
Beijo cálido se perde em correnteza ao luar
Sem medo ou angústias no caminhar do sertão
terça-feira, 1 de maio de 2018
ON THE ROAD
Eu ando no vazio da multidão,
Procurando a mim mesmo entre latas,
Entulhos, garrafas, caixas de papelão
Doces aromas vindos da sala
entre idas e vindas da escuridão
Lágrimas em devaneio por brisas
distantes ,
Entre semáforos fechados ao redor de
ti
Se perdem em madrugadas
de pensamentos errantes
Como andarilhos descalços buscando o que vi
Tudo em mim ecoa em respiros ofegantes
Por inveja dos passos que desnudam um por vir
Vejo silêncios incomodarem em doçura agonizante
Mãos tremulas que buscam mais um café
Certezas fibrilam no
badalar do relógio tocante
Um sol que surge sem calor e sem fé,
E por tudo me falta, parte da alma
que sobra
por uma lembrança de criança malfadada sorri
o toque de esperança de uma tristeza
que cobra,
no limiar da existência percebendo, envelheci
no limiar da existência percebendo, envelheci
Abandono a juventude com um
sorriso no rosto,
Ouvindo o som de um violão num bailar facundo
Acelero nas curvas no final da tarde
por gosto
Apenas para sentir a imortalidade
daquele segundo
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